Saga do Xadrez: Abrindo Ainda Mais! (ou Aberturas Parte 02)

Seguindo com a minha Saga, que no momento se resume a como começar o jogo, fiquei olhando diversas aberturas, com nomes dos mais variados (Abertura Italiana, Defesa Siciliana, Ruy-Lopez, Sistema Réti, …) e simplesmente impossível de decorar, pelo menos para um iniciante velho e sem tempo como eu.

Então, das muitas formas que eu vi como estudar as Aberturas, a que mais me chamou a atenção foi uma que trabalha a forma de iniciarmos a partida de forma lógica, não com um monte de números e letras em sequencia que ainda não dizem muito para mim (d4 d5; c4 c6 – é assim que enxadrista escreve e espera que nós entendamos). Essa linha pensa em estratégias de inicio (e desenvolvimento) de partidas e acaba que as aberturas tradicionais e devidamente nomeadas se enquadram nessas descrições, sendo formas inteligentes e eficientes de se começar o jogo pensando na partida como um todo.

Controle o Centro do Tabuleiro

Aqui está mais uma informação que é de certa forma nova para mim, mas que percebi que estava tentando fazer (com mais ou menos sucesso) nos meus jogos, que é controlar o centro do tabuleiro.

O Centro para quem não sabe (como eu, que fique claro), são as quatro casas mais ao centro. E acaba que um dos objetivos da abertura é justamente controlar essas casas, algo que percebi mas minhas partidas. Eu perdia muito rápido quando o oponente dominava essa parte da tabuleiro (em parte porque ele sabia o que estava fazendo, e eu não) e ganhei alguns dos jogos em que dominei essa parte (algumas de propósito, mas recentemente, mas no inicio não…)

Uma forma de buscar esse controle, que precisa ser conseguido (ou pelo menos você deve evitar que seu oponente consiga) é movendo o peão do rei ou da rainha ao centro do tabuleiro e preparar uma armadilha com as outras peças (como o cavalo ou outro peão) para fazer capturas nessas casas. Quanto mais tempo você segurar o controle do centro, mais probabilidade terá de ganhar a partida.

Visualizando melhor o Centro

Avance com os Cavalos e Bispos

O inicio do jogo geralmente é feito com um dos peões do Rei ou da Rainha, olhando para o controle do centro do tabuleiro. Mas ao invés de sair distribuindo peão pelo tabuleiro todo, vale a pela trazer pelo menos um Bispo e um Cavalo para frente, para que eles fiquem mais perto do centro. Com isso você passa a ter mais mobilidade e consegue ameaçar as peças do seu oponente. (Lembrando que os Cavalos podem pular outras peças e conseguimos liberá-los sem precisar mover os peões.

Outro ponto importante é deixas as Torres quietas um pouco, pois são mais poderosas e úteis para o Final do jogo (Acho que no meio do jogo também, vai saber) e nos dá a liberdade de fazermos o Roque se necessário.

Procure Mover Peças Diferentes a cada jogada 

No inicio da partida, é muito importante utilizar o máximo de peças possível para que tenhamos mais opções de jogo no decorrer da partida. Abrir e seguir com uma mesma peça fará com que seu adversário desenvolva mais peças em direção do centro, controlando o tabuleiro. Na abertura é melhor varias as peças que vai utilizar para estar presente em todo lugar e buscar o controle do centro.

Agora, não há problema em seguir avançando com uma mesma peça se ela estiver dando vantagem no jogo, como por exemplo capturando peças estratégicas e dificultando o avanço do adversário.

Guarde a Rainha

A Rainha é uma peça poderosa, a mais poderosa do jogo, e a vontade que temos é liberar ela o mais rápido possível para tê-la no jogo, mas não vale a pena arriscá-la logo no inicio (a menos que você tenha um plano excelente, claro)

O ideia é mantê-la recuada e protegida pelas outras peças, sem expô-la a ataques prematuros. No decorrer da partida, com o tabuleiro mais vazio, fica melhor usá-la para controlar o jogo e ameaçar o Rei.

Sempre é possível recuperar sua Rainha se perdê-la no começo do jogo. É “só” levar um peão até a última fileira.

Faça o Roque para Proteger seu Rei

Busque logo no inicio da partida tirar da fileira as peças entre o Rei e as Torres. Como já disse em outro Post, só podemos fazer o Roque se nem as Torres nem o Rei tiverem sido movidos ainda. Você deverá passar o rei para a casa imediatamente ao lado da torre, e a torre pulará o rei e ficará na casa ao lado dele, protegendo-o no canto. Isso dificultará que seu oponente o ataque, mas também poderá limitar os movimentos do seu Rei.

Esse movimento deve ser pensado e feito com cuidado, ainda mais que é possível fazer o Roque com qualquer uma das Torres.

O Roque! De novo!

Limpe os Espaços entre as Torres

Feito o Roque, comece a mover todas as peças entre as Torres para fora da fileira. Dessa forma, quando seu adversário capturar uma de suas Torres, você poderá capturar a peça dele com a Torre que sobrou. Ainda mais se a peça usada para a captura for uma Torre ou a Rainha.

Alterne as Suas Aberturas

Ainda que nos dias de hoje, com o Xadrez Online, você dificilmente jogue contra a mesma pessoa duas vezes, é importante sempre variar o seu inicio de jogo buscando novas formas de ver o jogo e se adaptar, pois os oponentes sempre estarão variando seus movimentos também.

O importante e manter as características básicas para o inicio do jogo, que são as descritas acima. Depois é só descobrir o nome da jogada que você fez pois, mesmo que não saiba, alguém já fez essa jogada antes de você.

3 comentários em “Saga do Xadrez: Abrindo Ainda Mais! (ou Aberturas Parte 02)

  1. In dúbio pro roque.
    – GM Rafael Leitão.

    essa questão das aberturas é algo que ainda me deixa bem confuso como iniciante, tentei aprender a italiana, mas o que me deixa confortavel é ‘jogar o xadrez que conheço’,
    que é tentar jogar pelos conceitos que você falou, dominar o centro, desenvolver as peças e tentar não entregar a dama.
    já fico feliz quando não levo um mate no susto, sem saber de onde veio. quem diria que a dama adversária passeando à cavalo na frente do meu Rei era uma ameaça séria?!

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