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Resenha: A Thousand Splendid Suns (Cidade do Sol) – Khaled Hosseini

Like a compass needle that points north, a man’s accusing finger always finds a woman. Always. You remember that, Mariam. (Como a agulha de uma bússula sempre aponta para o Norte, o dedo acusador dos homens sempre apontam para uma Mulher. Sempre. Lembre-se disso, Mariam.)

“A Thousand Splendid Suns – Khaled Hosseini)

Como disse em outro Post recente, havia tempo que não lia nada em inglês, e resolvi voltar justamente com um livro do Khaled Hosseini (mesmo autor do aclamado, não por mim, Caçador de Pipas). Foi uma aposta arriscada: pegar um livro de um autor com quem não tive uma primeira boa impressão em uma língua que havia um tempo não lia nada muito extenso. Mas valeu a pena. O livro é bom, a história um tanto interessante e as estruturas e linguagens usadas são simples e me ajudaram nessa volta. Agora é manter o ritmo e seguir lendo um ou outro livro em inglês durante o ano.

Mas falando agora um pouco do livro, ele conta basicamente com três histórias: a história de Mariam, filha bastarda de um rico comerciante, Laila, filha prodígio de um professor, e o próprio Afeganistão, não apenas o cenário mas que tem a sua história contada pela ótica das duas personagens principais. As descrições estão bem vagas propositalmente, para evitar spoilers e deixar a leitura realmente interessante para quem quiser ler o livro.

Mariam é uma garota que vive reclusa sua mãe, desde o seu nascimento. Ela adora as visitas do pai que, embora a trate com carinho, nunca a reconheceu oficialmente. A crença de que poderia viver com o pai, sendo impedida apenas pela mãe, a faz tomar decisões equivocadas que acabam resultando em seu casamento com um sapateiro que vive em Kabul (ela com 15 anos, ele com 45). Essa é a história contada na primeira parte do livro.

Na segunda parte, conhecemos a segunda personagem: Laila. Filha de um professor universitário, sempre sentiu que podia ser o que quisesse (e talvez pudesse, se o nosso terceiro personagem não a impedisse). Com o avanço da Guerra em Kabul, o destino a leva para a mesma casa onde Mariam vive há anos com seu marido.

O nosso terceiro personagem é o próprio Afeganistão. Ele dá as caras já na segunda parte do livro e a partir daí é ele quem dita a história. É quase como se lêssemos a história de um país pela ótica de das duas personagens principais: uma que não conhece outra vida a não ser a de submissão ao pai e depois ao marido, e outra que teve seu futuro promissor roubado por uma Guerra onde não apenas ela, mas as mulheres de modo geral, foram as maiores vitimas.

Ao contrário do Caçador de Pipas, o livro é mais “factível”, mas isso o torna ainda mais triste. A ligação das vidas e destinos das personagens, a dificuldade que elas têm em conseguir seguir seu próprio caminho em uma cultura onde são tratadas como um bem, algo que um homem possui (seja o pai ou o marido) nos faz ter uma empatia muito grande por elas e seus filhos.

A história é triste (não tem como contar uma história feliz em um cenário desses) e nos mostra como a politica e os interesses externos mudaram um país, embora a semente para tudo isso estivesse sempre por lá.

O livro demora um pouco para pegar o leitor. A primeira parte, sobre a infância de Mariam é algumas vezes cansativo, mas acaba necessário para a construção da personagem e para mostrar como era o país e a cultura afegã naquele momento histórico. Depois, em Kabul, a história começa a pegar um pouco mais de ritmo e realmente fica interessante a partir do momento em que as duas começam a dividir o mesmo teto.

O ponto forte do livro são justamente os personagens, suas vidas e histórias. A história em si é curta, sendo o relacionamento entre os personagens e suas ações e reações ao entorno o ponto realmente forte do livro.

Resumindo, embora tenhamos uma história simples e previsível, os personagens e a relação entre eles fazem a leitura valer a pena. Por isso o cuidado com as descrições simples aqui na resenha, dá para contar a história toda do livro aqui em menos de mil palavras e tirar uma boa parte do impacto que o livro pode ter no leitor.

Obs: Não entendi o título em português, já que a tradução literal seria Mil Sóis Esplendidos. Esse título é parte um poema que fala da cidade de Kabul como a cidade dos mil sóis esplendidos e é citado algumas vezes no livro.

6 comentários em “Resenha: A Thousand Splendid Suns (Cidade do Sol) – Khaled Hosseini

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