Passaram-se quase cinquenta anos desde que Patti Smith se lamentava pela falta de modelos femininos nos quais se inspirar. Desde então, acompanhamos o olhar desencantado de Debbie Harry, a rebelião de Siouxsie Sioux, as provocações de Madonna, o feminismo de Kathleen Hanna até chegar aos ultrajes de Pussy Riot.
Mulheres do Rock – Laura Gramuglia
Não me perguntem como esse livro veio parar no meu Kindle, que eu realmente não me lembro. Muito provavelmente ele viu que tinha algumas biografias que eu havia selecionado para ler (dentre elas a de Gene Simons, já lida e resenhada) e me sugeriu mais esse (muito provavelmente de graça ou a um preço bem camarada) que estava ali perdido na Biblioteca. Após minha última leitura deparei com ele e me perguntei: Por que não?
O livro é uma coletânea idealizada e realizada pela jornalista e radialista italiana Laura Gramuglia, onde buscou 50 nomes femininos fortes na indústria da Música, quase totalitariamente da cena Rock. Alguns desses nomes (Tina Turner e Madonna, por exemplo) são de fora do que os mais puritanos chamam de Rock, mas podemos mandá-los para qualquer lugar já que as duas tiveram uma grande influência na música e são mais roqueiras do que grande parte do que o Rock produz hoje em dia.

Falando um pouco do livro, é basicamente uma coletânea que vai de Janes Joplin a Pussy Riot passando pelos grandes nomes da música e focando não apenas em sua carreira musical, mas no ativismo em prol de causas feministas e descrevendo como eram vistas na cena mundial, sofrendo preconceitos (ainda vigentes) simplesmente por terem atitudes idênticas a de seus pares masculinos.
Um roqueiro que se droga é legal, já uma mulher não presta.”
Marianne Faithful (Mulheres do Rock – Laura Gramuglia)
A grande vantagem do livro é também o seu principal problema. Ao termos uma grande quantidade de nomes (50 no original e 52 na versão brasileira, onde foram incluídas Rita Lee e Pitty), as biografias acabam ficando curtas e um pouco rasas. É excelente como uma referência, como um livro que conta a história do Rock pelo prisma das mulheres, mas acaba nos deixando com aquele gostinho de quero-mais na maioria dos capítulos onde tratamos de verdadeiras Lendas da Música.
O livro vale o tempo investido e confesso que fiquei bem tentado a comprar o físico por uma razão bem simples: o modelo não combina com o Kindle.
Por ser uma listagem com mais de 50 nomes, senti muita falta de poder folhear o livro e ler as histórias fora de ordem (no Kindle fazer isso não dá o mesmo prazer) e as ilustrações de cada inicio de capítulo perdem um pouco da qualidade em sua versão digital.

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