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Desafio do Jô: Xangô de Baker Street

Após o falecimento do nosso único e inigualável Jô Soares eu lancei esse desafio aqui no Blog e lá no Twitter, onde as pessoas escreveriam algo sobre ele e um dos seus livros, podendo ser uma resenha, uma crônica, qualquer coisa. Acabou que ninguém levou adiante (nem eu, é verdade) mas resolvi fazer a minha parte e aproveitei alguns minutos de paz e inspiração (dentro dos meus limites de bogueiro, claro) para fazer a minha parte aqui e eliminar essa pendência da minha lista.

Havia pensado inicialmente em ler e resenhar a biografia dele, mas embora ela esteja na minha lista de leituras (e eu vá ler e resenhar o livro num futuro que pode ou não ser próximo) resolvi escrever sobre o primeiro livro dele: O Xangô de Baker Street, publicado no século passado (1995, para ser mais exato).

Para quem não conhece, o livro trata de um caso do famoso detetive Sherlock Holmes, que, no ideia de 1886, por um motivo estapafúrdio apareceu no Brasil em busca de um violino de Dom Pedro II que foi roubado. Na verdade é mais que um violino, é um Stradivarius! No meio dessa investigação ocorrem uma série de assassinatos que parecem ter relação com o violino perdido e começam as Aventuras de Sherlock Holmes em terras tupiniquins.

O motivo que me levou a falar deste livro foi que vi muita gente o criticando, enquanto eu tenho ótimas memórias dele. Fiquei com isso na cabeça e comecei a me perguntar o porque e buscar na memória mais informações sobre  livro, já que eu o havia lido no lançamento, ainda no auge dos meus 15 anos. Até que me lembrei.

Capa do Livro que li no século passado

Não foi apenas o fato de eu ter 15 anos e um senso critico bem menos seletivo do que tenho hoje. Não foi por se tratar de um personagem que eu sempre gostei muito (o Sherlock Holmes). Não foi por ser de uma pessoa que eu já admirava…

A memória agradável que tenho deste livro se deve a um fato único e meu: Foi o primeiro livro que li junto com a minha mãe.

Lá em casa somos nós os leitores, já que nem meu pai nem minhas duas irmãs tomaram gosto pela literatura. Essa questão dos livros sempre foi uma coisa nossa. Algo pessoal. Ainda mais com gostos parecidos em relação não apenas a livros mas à séries de TV. (Toda quarta estávamos na frente dela para nosso episódio semanal do Arquivo X, e se um de nós não podia o outro gravava em nosso videocassete). Foi minha mãe quem me apresentou à Agatha Christie e da coleção dos livros dela era que li a maior parte dos livros de Jorge Amado.

Nós conversávamos sobre os livros que eu lia e ela já havia lido, mas com o Xangô foi diferente, pois foi uma experiência compartilhada. Foi um livro (o primeiro) novo para os dois, onde as ideias, surpresas e experiências que o livro nos trouxe aconteceram em tempo real. É uma memória e uma experiência única, minha, nossa…

E foi o que ficou mercado para mim, inclusive muito mais do que a história (que não lembro de detalhes por motivo de idade).

Pouco me importa o teor literário ou a qualidade da história ou o que as pessoas pensam a respeito. Esse será sempre para mim um livro único e inesquecível.

Observação: Essa parceria segue viva até hoje, mas agora tem mão dupla, pois fui eu quem apresentei para ela a Criança Roubada e o Oceano no Fim do Caminho. E para quem indiquei Sandman, no Netflix, que ela está adorando.

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